(Clóvis, Hilda e seu primogênito, Carlinhos)
13 de abril de 1984. 18h. Uma oração: "Seja feita a Tua Vontade". Um olhar cheio de ternura. Um aperto de mão de quem o fazia pela última vez. Uma radiografia... E uma onda de luz levava deste mundo um belíssimo coração.
Foi assim a despedida de Clóvis Tavares desta Terra, convocado pelo Alto, sem queixas ou lamentações, sempre humilde e atento aos chamados divinos, ele marcou almas com a sua espiritualidade cheia de afeto. Para mim e para seus filhos, o tempo, relativo como é, não passou e parece-nos que foi ontem este momento de uma aparente separação.
No mesmo ano, ele volta e escreve uma linda carta por Francisco Cândido Xavier, depois outra, mais outra e escreveu 6 como aconteceu com Jesus que também, através de João Evangelista, escreveu cartas às 7 igrejas da Ásia. Jesus fez, através das Cartas do Apocalipse, sua última advertência ao mundo, e Clóvis, com suas mensagens, fez as suas últimas advertências a todos nós da Escola Jesus Cristo.
Eis um trecho de uma delas:
"Não preciso minudenciar as necessidades da vida comum, em nossos dias terrestres. As faixas do desequilíbrio se superpõem. Sabem que o mundo é uma grande nave de Deus, cujo timoneiro é o Cristo, Nosso Senhor. Acontece, porém, que as investigações do cérebro atingiram tais complicações que o coração sofre desvalido de recursos que lhe garantam a estabilidade.
"A inteligência na Terra de hoje sabe muito, no entanto, realiza muito pouco, no campo do sentimento. Promover o retorno à simplicidade é um empreendimento quase que exclusivo para gigantes.
"Estamos certos, porém, de que somos pigmeus, à frente de tanta grandeza, mas somos pigmeus de Jesus, somando iniciativas que Ele, o Divino Mestre, abençoa para a nossa felicidade.
"Não me será possível olvidar a Natureza, que foi para Ele um livro de ensinos nutrientes e libertadores. Os lírios do campo, o amor às crianças, a candeia sob o velador, os grãos de trigo e tantas imagens outras com as quais nos induziu a viver com a bênção da realidade acima das ilusões, são símbolos que a riqueza terrestre de agora não pode distanciar-nos, a fim de nos centralizar nos farrapos dourados de uma civilização ameaçada de extermínio, pela insânia dela própria." (Clóvis Tavares, psicografia de Chico Xavier)
Hilda Mussa Tavares
13 de abril de 2016.